segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Sem policiamento, ES terá reforço de 200 homens da Força Nacional e do Exército

O Espírito Santo vai receber militares das Forças Armadas e homens da Força Nacional para fazer a segurança das ruas do estado. O pedido foi feito pelo governo estadual nesta segunda-feira (6) em razão da falta de policiamento. Desde sábado (4), protestos de familiares por reajuste salarial impedem a saída de PMs de quartéis em várias cidades.
Militares do Exército já estão no 38º Batalhão de Infantaria, em Vila Velha, aguardando o planejamento do Ministério da Defesa para o início dos trabalhos.
O governador em exercício, César Colnago, afirmou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Alexandre Moraes, autorizou o envio de 200 homens da Força Nacional para o policiamento, sendo que 80 vêm do Rio de Janeiro e 120, de Brasília. O Ministério da Justiça confirmou a informação e disse que os homens devem chegar a Vitória no início desta noite.
A falta de policiamento nas ruas vem provocando uma onda de violência. Um ônibus foi incendiado, uma guarita da PM foi queimada e há relatos de arrastões e assaltos a lojas. A Prefeitura de Vitória suspendeu o início do ano letivo na rede municipal nesta manhã. As unidades de saúde da capital não funcionam, com exceção dos pronto-atendimentos da Praia do Suá e São Pedro. Órgãos da Justiça também fecharam as portas.
Forças Armadas
O Ministério da Defesa confirmou que as Forças Armadas atuarão na segurança do estado e que já planeja a operação. Agora, o presidente Michel Temer precisa publicar um decreto sobre isso.
A divulgação de mais detalhes sobre a chegada do Exército depende da área em que as tropas vão atuar – se será somente na região metropolitana ou em outras cidades.
A assessoria de imprensa do ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que ele deve chegar ao Espírito Santo à noite para acompanhar de perto a situação no estado. No início desta tarde, o ministro estava a caminho de Natal, que vive uma crise penitenciária.

‘Greve’

A Justiça decretou o movimento ilegal e já determinou que os manifestantes saiam das portas dos quartéis. No entanto, na manhã desta segunda os protestos continuavam, e a polícia ainda não estava trabalhando. As manifestações acontecem em toda a Região Metropolitana de Vitória, Guarapari, Linhares, Aracruz, Colatina e Piúma.
Os familiares protestam no lugar dos PMs, porque eles são proibidos pelo Código Penal Militar de fazer greve ou paralisação. A pena para o PM que participar em atos desse tipo pode chegar a dois anos de prisão.

Decisões

Na manhã desta segunda-feira, o secretário de Segurança Pública André Garcia anunciou uma série de decisões tomadas para conter as manifestações e a violência na Grande Vitória. São elas:
– Suspensão de negociações com os policiais enquanto não voltarem ao trabalho de patrulhamento nas ruas e o atendimento das ocorrências.
– Troca do comando da Polícia Militar do Espírito Santo. O coronel Laércio Oliveira, que tinha sido nomeado em 16 de janeiro, foi substituído pelo coronel Nilton.
– Ação judicial pedindo a ilegalidade do movimento.
– Pedido do apoio da Força Nacional ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
– Pedido do apoio das Forças Armadas ao Ministério da Defesa.
Nesta segunda-feira, o desembargador Robson Luiz Albanez declarou a paralisação ilegal e decidiu:
– Restauração imediata da segurança pública;
– Multa diária de R$ 100 mil contra a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Espírito Santo (ACS-PMBM-ES), Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia e Bombeiro Militar do Espírito Santo (ASSES), Associação dos Bombeiros Militares do Espírito Santo (ABMES), Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo (ASSOMES), Associação dos Militares da Reserva, Reformados, da Ativa da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e Pensionistas de Militares (ASPOMIRES).

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